Josineide Tomaz de Sousa

(Neidinha)

A alquimista moderna que transforma plantas em autocuidado e sustentabilidade.

Meu nome é Josineide Tomaz de Sousa, mas para todos sou Neidinha — uma filha da terra paraibana, mãe de família e guardiã de um sonho que se tornou a Cheiro de Mato. Minha história começa em Lagoa de Açude, um cantinho simples de Campina Grande, onde aprendi desde criança a valorizar o que a natureza oferece. Cresci entre histórias de partilha, colheitas e o cheiro de mato após a chuva. Mas havia algo em mim que ia além: uma curiosidade inquieta por descobrir mundos novos e uma certeza de que a vida podia ser mais do que parecia.

Aos 27 anos, depois de atravessar estados e corações, encontrei meu lugar no Vale do Capão, na Chapada Diamantina – BA. Cheguei em um tempo em que a comunidade da Campina ainda respirava seus primeiros suspiros, e ali, entre montanhas e ervas medicinais, reencontrei meu propósito. Trabalhando no herbário, mergulhei no universo das plantas, das raízes e dos óleos essenciais. Foi em um desses dias, durante uma vivência antroposófica com Joseph Yarem, que escrevi em um papel: “Quero criar produtos que cuidem da pele como a terra cuida das sementes — com paciência, amor e respeito”. Aquele papel, amarelado pelo tempo, ainda vive em minha gaveta. Ele é a prova de que os sonhos, quando regados, florescem.

Na comunidade, tudo começou de forma singela. Colhíamos ervas, experimentamos receitas e produzimos sabonetes, pomadas e óleos para nosso próprio uso. Não suportamos a ideia de usar produtos cheios de químicos, que machucavam a pele e o meio ambiente. Foi assim, em um laboratório improvisado na Comunidade das Rodas, que nasceu o primeiro kit de autocuidado para um encontro de parteiras e benzedeiras. Os sabonetes que fizemos naquela época não eram apenas produtos — eram um ato de resistência. Um jeito de dizer que a beleza podia ser feita com as mãos, com ingredientes da mata e, acima de tudo, com amor.

Em 2010, o que era um sonho de comunidade virou a Cheiro de Mato. Começamos pequenos, como tudo que é verdadeiro: vendendo sabonetes terapêuticos e cremes em feirinhas locais. No início, usávamos bases prontas, mas algo em mim não se conformava. Aos poucos, fui substituindo cada químico por um ingrediente natural — óleo de castanha-do-pará, manteiga de cupuaçu, água do Vale do Capão. Cada fórmula levava anos para ficar pronta, porque eu acreditava (e ainda acredito) que a natureza tem seu próprio ritmo. Não adianta apressar o amadurecer de um fruto ou a cura de uma erva.

Hoje, a Cheiro de Mato está em todo o Brasil, com lojas, revendedores e produtos que vão de protetores solares a linhas dedicadas à saúde da mulher. Mas o que me enche de orgulho não são os números, e sim o coração que pulsa por trás de cada frasco. Somos uma família que cresceu: colaboradores que viraram amigos, clientes que viraram parceiros, e histórias de pele curada, autoestima renovada e laços fortalecidos.

Por trás de tudo isso, há uma mãe. Uma Neidinha que, mesmo com os cabelos já grisalhos, ainda se emociona ao colher rosas rubras para um novo creme. Que se dedica estudando combinações de óleos essenciais para acalmar a alma. Que acredita, com todas as forças, que beleza e sustentabilidade não são opostos, mas aliados. E que guarda, como um tesouro, aquele papel escrito há décadas — não como lembrança do passado, mas como promessa para o futuro.

A Cheiro de Mato não é só uma empresa. É um convite para resgatar o que há de mais sagrado em nós: a conexão com a terra, o autocuidado que nutre a essência e a coragem de fazer do mundo um lugar mais gentil. E eu, Neidinha, sigo aqui — com as mãos na massa, o coração aberto e a certeza de que, enquanto houver raízes, haverá vida.

“Porque o melhor creme não é o que apenas hidrata… É o que conta uma história.”

Cheiro de Mato: Cuidado Natural, feito com amor de mãe.